terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Espectador na área!

Recebemos por email um relato sobre o espetáculo "Não Tem Ninguém Com Esse Nome".
Quem escreveu foi Igor Miranda, que conhecemos na pracinha quando estávamos realizando a Mostra Beiçola. Igor é professor e estudante de letras.
Depois da Mostra, Igor se tornou um grande parceiro. Na temporada que fizemos do espetáculo, Igor foi e escreveu sobre!
VIVA!!! Espectador que escreve e pensa sobre a peça, é isso aí!!!
Valeu Igor!

Vejam vocês...


Não tem ninguém com esse nome

Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado; todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo” – John Donne

Espetáculo artístico de Bruno César, autor e criador de “Não tem ninguém com esse nome”, apresentado as quintas-feiras de novembro na CIA de Teatro Humbalada, proporcionou uma visão real e bem peculiar dos dias atuais.
Você por acaso já se pegou falando sozinho? Não daquelas maneiras, que resmungamos com alguma coisa, mas sim pelo fato de não haver ninguém com quem dialogar. “Não tem ninguém com esse nome” é uma peça teatral crítica,
que de forma cômica aborda a problemática da solidão. Não só na vertente de viver sozinho: sem companheiro, sem familiares, sem amigos. Mas sim, na condição de isolamento social, que um ser pode viver.
Tal situação sugere uma critica deste isolamento social, que de tal forma, as pessoas se isolam do mundo em que vivem, construindo um mundo próprio, onde seus objetos são suas companhias. Esta perspectiva vem de encontro também, com milhares de pessoas, que numa prática atual, não se relacionam de forma física, optando por uma forma virtual (característica da globalização), ou às vezes, pelo não relacionamento.
Vidradas em seus reflexos, por meio de objetos típicos da comodidade moderna, ou seja, televisão, computadores, celulares, entre outros. Essas pessoas se abastecem de suas necessidades por meio das tentações oferecidas por uma sociedade capitalista, retirando assim do homem, a possibilidade de constituir uma consciência coletiva e convivência coletiva.
Nesta mesma perspectiva, uma reflexão sugere tal ação teatral, até que ponto passamos a humanizar objetos, para suprir uma necessidade de convivência que é inserida à humanidade? Ou será que esta humanização não existe? Sendo o inverso. Viramos objetos, que fazem companhia as diversas produções capitalistas, prontas para serem descartadas quando forem inúteis.
Não tem ninguém com este nome, afirma esta problemática dos tempos modernos. Oferecendo ao seu público, uma reflexão, capaz de instigar a sociedade que vivemos: Prazer, qual é o seu nome?


Igor Miranda

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