por Bruno César
Durante muito tempo tenho vontade de mergulhar nesta tragédia. Finalmente tivemos coragem de montá-la. Tatiana Monte topou a ideia de viver essa grande mulher marginal da tragédia. Vanessa Rosa topou fazer a preparação corporal. E os companheiros Dema e Cristiane Rosa toparam fazer a produção.
Uma produção sem dinheiro, sem edital, sem apoio. Marginal como sempre fomos. Pra mim, cuidar da encenação dessa peça será um desafio e um prazer imenso! Queremos gritar por justiça em nosso bairro. Antígona será nossa maneira de tentar entender o que é viver no limite, fora da lei. Entender saber o que já somos…
A mulher que enterra o irmão com as próprias mãos. Que desafia o governo de Creonte e clama por leis mais justas! Todos somos Antígonas! E que outras mulheres do Grajaú lutam diariamente por uma cidade decente? Nós queremos saber!
Estamos no início. Muita coisa na cabeça, nas conversas e aos pouquinhos no corpo e na cena. Vamos convidar mais gente nessa, queremos artistas marginais nessa criação.
“Quando um dos lados tem a boca calada, quem gritará por nós?´”
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